BREVE HISTÓRIA DA IMAGEM E DO SANTUÁRIO DE MARIA SANTÍSSIMA CAUSA DA NOSSA ALEGRIA

Embora seja o menor Santuário mariano de Roma, confere ao visitante uma atmosfera de grandeza, graças à beleza e harmonia de suas linhas arquitetônicas e à rica variedade de seus mármores policrômicos, que fazem dele uma obra de arte. Tem a forma de cruz latina, de cujo centro se eleva a cúpula em que está pintada a imagem da Imaculada Conceição, com as quatro principais virtudes de Maria: Sabedoria, Prudência, Fortaleza e Inocência. No fundo da Capela encontra-se o nicho neoclássico, preciosíssimo e de apurada execução, onde se aloja a imagem venerada, dentro de uma preciosa moldura esculpida em madeira.
O autor da obra, o arquiteto romano Virginio Vespignani, construiu-o no mesmo local onde outrora fora aberta uma viela estreita e torta para permitir a passagem da rua São Marcelo para a praça Pilota. Como no meio dela existia um pequeno arco, denominaram-na rua do Arquinho. No ano de 1690, uma senhora piedosa, a marquesa Alessandra Mellini Muti Papazurri Savorelli, quis colocar nele uma imagem de Nossa Senhora e contratou, para pintá-la, um dos então melhores artistas de Roma, Domingos Muratori.
O quadro foi realizado sobre uma grande telha de barro cozido e mede 58 x 55. Tão suave é o semblante da Virgem que os fiéis denominaram-na, sucessivamente, “Mãe da Misericórida”, “Nossa Senhora do Arquinho” e “Causa de Nossa Alegria”, e a sua presença atraiu a afluência de todos os romanos à ruela, os quais, por lá passando, detinham-se para fazer uma prece.
Ao meio dia de 19 de julho de 1796, um certo Antonio Ambrosini fora lá rezar quando, após alguns minutos, viu as pálpebras superiores da imagem abaixarem-se, unindo-se às pálpebras inferiores e, logo depois, abrirem-se novamente voltando à posição habitual. O homem gritou de espanto e chorou comovido. A notícia espalhou-se de imediato e o beco do milagre e seus arredores foram depressa tomados pelo povo que rezava. O milagre repetiu-se mais vezes, coincidindo com o momento em que os fiéis chegavam à invocação de “Santa Maria…”.
Mesmo havendo, entre a multidão de devotos, também os descrentes que lá compareciam com o intuito de refutar o sinal miraculoso, até esses se viam constrangidos, pela evidentíssima realidade, a afirmar que Nossa Senhora de fato havia movido os olhos.
Entre os demais fenômenos prodigiosos testemunhados no local, há o registro de que certa vez, enquanto milhares de fiéis em êxtase admiravam o terno rosto de Nossa Senhora, ocorreu outro fato explicável somente por intervenção divina: viram aproximar-se uma pobre senhora que, com grande fadiga, procurava abrir espaço entre a multidão carregando sobre os ombros a filha de dezesseis anos, excepcional de nascença, Maria Maronti. E eis que, sensibilizada diante daquele sofrimento materno, Nossa Senhora curou a jovem.
Após essas intervenções celestiais, a devoção à imagem da Virgem do Arquinho foi crescendo de modo impressionante. O quadro, brilhante por suas cores e coberto apenas por um vidro, permanece exposto a uma altura de três metros, acessível até à vista mais fraca, e os olhos de Nossa Senhora são claramente visíveis até hoje (embora tivesse ficado anos ao relento, antes que o beco fosse fechado e coberto para ser transformado em santuário), comovendo a todos quantos a fixam, com seu semblante de materna benevolência e doçura.
No dia primeiro de janeiro de 1946, a imagem foi cingida com uma coroa de ouro. No dia 31 de maio de 1982, foi solenemente entronizada (pelas mãos do Pe. Antonio Caliciotti, uma reprodução pintada em Roma por devoto, Fausto Dela Bona) na Igreja de Cristo Rei, na Rua Dr. Mário Mourão, 213, Parque Jabaquara, na cidade de São Paulo. Assim entrava no Brasil a devoção a Nossa Senhora Causa de Nossa Alegria, a quem os jovens e casais do então Movimento para um Mundo Melhor Oásis, escolheram como mãe e guia. Nessa Igreja, no final das Missas, é rezada sua oração. Uma outra reprodução da imagem é venerada na capela existente no Centro Oásis de Valores, em Campos do Jordão-SP, onde também se reza todos os dias a sua oração no final da Santa Missa. Foi confeccionado, ainda, um vitral com a mesma imagem, acrescida da figura do Espírito Santo e colocado no jardim da mesma casa, no qual, à noite, se pode vê-la iluminada com beleza ímpar.
Oh Maria, causa de nossa alegria, rogai por nós!

